Prova 1: lama sobre
papel cartão preto
Prova 2: lama sobre papel cartão preto e papelão
Prova 3: mistura de lama com cola branca sobre papelão e papel cartão preto
A proposta que melhor atendeu as necessidades
para a execução e durabilidade do trabalho foi a mistura de cola e lama sobre
papelão. Quanto a cor de fundo, o grupo optou por apresentar às crianças as
duas possibilidades: trabalho sobre fundo preto e sobre fundo de cor parda.
A opção naquele
momento foi a de os adultos organizarem o material para a proposta, mas nada
impede que você faça com os bebês a pintura – caso achar interessante dentro
dos objetivos da sua proposta. Esta decisão também está pautada no fato de que
a pintura faz parte – de modo contundente – do cotidiano das crianças pequenininhas
no NDI.
No dia da
realização da proposta, contamos com a participação das alunas estagiárias do
curso de Pedagogia da UFSC – habilitação em Educação infantil – Ana
Carolina Moreira Victoria (realizando o registro escrito da atividade) e Yolanda
(realizando juntamente coma professora Vania o registro fotográfico). Também
contamos com a presença da professora supervisora de estágio Ângela M.
Scalabrin Coutinho e os bolsistas do NDI Nicole e Gelson. Certamente o número
de adultos envolvido foi grande, o que não significa dizer que todos, ao mesmo
tempo, atuaram no processo. O que afirmamos
aqui é que todos estavam centrados em promover
está proposta pedagógica na sua plenitude. Ou seja, num ambiente (físico,
material e humano) que favorecesse as crianças bem pequenas “o ato de
compartilhar experiências sensíveis de estranhamento e surpresa no encontro
entre corpos e mundos” (RICHTER, 2005, p.31). E podemos dizer que esta
perspectiva de atuação pedagógica se encontra na raiz de todas as ações cotidianas
envolvendo o projeto ARTE NO MURO.
Organizando o ambiente, preparando a lama
“Penduramos as placas retangulares de papelão, uma
pintada de preto e outra normal, no deck dos chuveiros. Josiana e eu ficamos
com dúvida se a altura que estávamos pendurando as placas era adequada às
crianças e Josiana pede para uma das crianças do grupo vir ajudar a medir.
Mesmo depois de dizer que a menina já podia abaixar a mão, ela a mantém
estendida por mais alguns segundos, parecendo querer mostrar que estava
orgulhosa em ajudar. Quando vê a Josiana registrando fotograficamente sua ajuda,
aí mesmo é que fica parada olhando”.
(excerto
do registro escrito de Ana Carolina - 17/04/2012)
“Com a
água revitalizamos a matéria, e com a força do nosso corpo, ao amassar a
argila, damos unidade e densidade [...]” (KANAKO, 1988).
Criando marcas pelo mundo: as provocações da lama e as ações das crianças
“Nas
crianças, a criatividade se manifesta em todo seu fazer solto, difuso,
espontâneo, imaginativo, no brincar, no sonhar, no associar, no simbolizar, no
fingir da realidade e que no fundo não é senão o real. Criar é viver, para a
criança.
Nessas
experiências infantis, a sensibilidade e o raciocínio ainda se processam de uma
mesma maneira de ser e partindo de um só impulso a fim de apreender,
compreender e controlar as situações e explorar-lhes novas possibilidades.
Estas se reestruturam em situações novas, e novamente a criança parte para a
aventura”.
(OSTROWER,
187, p.127).
E as crianças foram convidadas a iniciar
a aventura...
“Combinei [com os demais adultos
envolvidos na proposta] de novamente deixar as crianças irem percebendo a
novidade de materiais no parque e, se necessário, irmos aguçando a curiosidade
delas para o local organizado.
[...] Na descida, Bruno passa pelos
demais colegas que estão no parque com Nicolle e Yolanda com as mãos cheias de
argila e diz “olha Yolanda, olha a minha mão”. Ela pergunta o que ele tem em
mãos, porém ele sai em direção à mesa e não responde. Yolanda e Nicolle
instigam as outras crianças para irem ver onde o Bruno conseguiu aquilo, onde
estavam as outras crianças, a Josi, o que estavam fazendo? Josi se aproxima das
bacias com lama dispostas no tablado de madeira em frente aos suportes de
papelão com Elisa, Sara e Lis. Logo chegam também Yolanda, Bruno, Luiz e Pedro
que, espantado, diz: “caraca”! As crianças começam a interagir com o material,
Sara é a primeira a colocar as mãos na bacia e enchê-las de argila, chamando a
atenção dos adultos que estão em volta para que olhem suas mãos, ao mesmo tempo
em que dá gritinhos!”
(excerto do registro escrito por Josiana e Ana Carolina –
17/04/2012).
Veja qual foi o resultado da
"fórmula": terra + água
+ papelão +
bebês em ação =
????
E a argila para modelagem, onde foi parar
neste percurso? Pois bem, numa mesa próxima ao local onde foram colocados os
suportes de papelão e a lama, as crianças encontraram também um imenso bloco de
argila para as primeiras modelagens. E
como acontece a aproximação das crianças e o trabalho com a argila? Vejamos o
registro:
“Murilo percebe que há outro tipo de argila na
mesa e pergunta ao Gelson: – “Esse tá
pronto?”, o bolsista afirma que sim. Murilo se interessa e esfrega as mãos
cheias de lama pela superfície do bloco de argila. [ algum tempo depois...] Josi
convida as crianças para ver a argila que está na mesa. Com exceção do Mateo
que ainda se interessa por brincar no papelão e faz o movimento de ir e vir
entre a mesa e os papéis, todas as outras crianças acompanham Josi Gustavo,
Elisa e Luiz pegam vários pedaços de argila e começam a interagir modelando e
mostrando um ao outro o que estão fazendo, por vezes sem dizer do que se trata,
só chamando a atenção do colega e mostrando. Pedro e Mateo se envolvem no
movimento e vão criando também diferentes elementos com vários pedaços de
argila. Josi está na mesa, também modelando, e vai contando às crianças o que
está fazendo. Bruno vê, se aproxima e pergunta a ela o que é, ela diz que está
mostrando aos colegas que está fazendo o osso da coluna, ela demonstra nas
costas de Pedro e toca nas costas do Bruno para mostrar a ele” (excerto do registro escrito de Josiana e Ana
Carolina – 17 / o4 / 2012).
Nesta proposta as crianças modelam uma ampla
gama de formas, as quais próprias crianças sente a necessidade de “batizá-las”
no ato de criação como: minhocas, iorgutes, vaquinhas, porco, símbolo e muito mais! Ao mesmo tempo em
que modelavam, algumas crianças cantarolam músicas “enigmáticas” para nós
adultos. Também, aproximaram-se e modelaram conjuntamente com as crianças
pequenininhas, algumas crianças de outros grupos – de 4 a 5 anos de idade – que
estavam compartilhando o espaço do parque naquele momento. Um encontro profícuo
para ambos os grupos infantis!
Passado algumas
horas, pois esta proposta ocorreu no tempo das crianças, o grupo recebeu uma
atenção especial para com a higiene, a final tinha lama e argila para todo
lado. O resultado desse processo não poderia ser melhor, uma explosão de formas
inusitadas!
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Que maravilha deixar a criançada sentir, manipular, ter o contato com diferentes tipos de materiais e experimentar outras sensações. Parabéns a vocês pela ousadia....
ResponderExcluirConheçam nosso projeto com musicas para crianças estamos lançando o 3º CD "Bicho Mistério" em parceira com o escritor Leo Cunha. Entre no site:www.cantandocomascriancas.com.br
ResponderExcluirFace: Grupo Cantando com as Crianças